Na minha longa viagem de autocarro entre Évora e Coimbra tive todo o tempo do mundo para escrever o meu Diário de Bordo sobre tudo o que se passou no Primavera Sound. Era um longo texto cronologicamente alinhado onde todas as emoções estavam explícitas. Mas também isto do blogging é como o lugar do pendura nos carros: SHOTGUN! A gasosa adiantou-se. Não que houvesse problema em descrever tudo novamente. Simplesmente, me parece desnecessário. Todos os momentos foram vividos a dois e felizmente em completa sintonia. Tudo o que podem ler aqui, eu não conseguiria dizer melhor. Foi um óptimo exercício de memória o diário que escrevi, valeram a pena as 5 horas de viagem.
Vou-me ficar então por relacionar momentos mais castiços, sui generis, emotivos, secantes, marcantes, decepcionantes.
BCN (2) – Manchester united (0)
No mesmo dia em que assistimos à première europeia do All Tomorrow's Parties - The Film, jogava-se a final da Champions League. Barcelona estava em loucura total. Avisaram-nos de antemão: Se eles perdem vão calminhos para casa, mas se eles ganham... ui... melhor guardar as motos dentro de casa e esperar o pior! Nós nada vimos. Só sentimos uma cidade inteirinha em júbilo. Como não houve tempo para procurar uma tasca para os lados da Paral.lel, petiscamos num marroquino próximo da Sala Apolo e a loucura foi igualmente fora de série. Mais não se poderia esperar de uma das mais requisitadas capitais europeias.
Os senhores do Crowd Surfing
The Jesus Lizard e Duchess Says foram OS senhores.
Dos primeiros até se espera o crowd surfing e o concerto foi very impressive. Stage diving no seu apogeu!
Foto: travel feelings
De Duchess Says eu nada esperava. Não os conhecia. O concerto vimo-lo na festa de despedida do Primavera Sound, novamente na sala Apolo. Duchess says é algo entre o punk, o gótico e a eletrónica soberbamente interpretado por Annie-Claude: I want to see some more of this white light, please. I want to see some more of this white light. Annie-Claude queria ver o público, molhar o público, dançar com o público, brincar com o público, confundir o público, fazer crowd-surfing no público e dar uma grande grande dor de cabeça aos técnicos. Definitivamente a repetir.
Nem aqueceu nem arrefeceu
Yo La Tengo deram para mim um concerto amorfo. Não sei se pelos meninos ou por mim. Já lá vai o tempo em que ouvia And Then Nothing Turned Itself Inside-Out. Acho que esperava mais de uma banda que começou a dar os primeiros passos e ainda eu tinha uns mini 4 aninhos. Senti que esta tinha sido uma má escolha pois à mesma hora tocava Joe Crepúsculo y Los Destructores e diz quem viu que pouco faltou para ser do ca#$#%$%&.
As Vivian Girls dão um espectáculo de rockinho bem tocado por 3 meninas compenetradas e uma baterista faladora (por incrível que possa parecer). Tiveram críticas muito boas aos álbuns mas não me trouxeram nada de novo. Fiquei sem compreender muito bem o entusiasmo à sua volta.
Foto: Josep M. Martí
Tínhamos visto Bloc Party há pouco tempo no Olympia de Londres como atrelado aos Foals. No Primavera Sound o alinhamento foi diferente, mas o espectáculo foi pouco mais do mesmo.
O princípio da incerteza
Este ano os bilhetes para o Auditori vendiam-se nas máquinas, mas apenas no próprio dia. Acreditamos que seria possível arranjar bilhete para Extralife e na sexta-feira chegamos mais cedinho. Mas qué dos bilhetes?! Nickles. Os concertos no Auditori são como os pilhões. Que os há, há. Eu é que nunca os vi.
NOTA: por ser bastante grande optamos por colocar o texto completo numa página à parte. Para continuar a ler basta clicar aqui)
1 bailaricos:
a menina vestiu o seu vestido primaveril e foi à festa.
levou consigo dois bandidos.
os bandidos ficaram felizes, a menina também.
beijos muitos
antónio
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