burkini faso, burkini rasgo

posts e barra
Photobucket

Confesso que me custa ter opinião acerca da proibição do uso das burqas em países ocidentais e mais recentemente acerca do uso do burkini!

Se por um lado respira a liberdade de expressão e a liberdade que todos nós advogamos de nos vestirmos como bem entendemos. Por outro respira - ou melhor não respira - a imposição de uma fatiota que impede que a mulher islâmica mostre as partes púdicas do seu corpo (que são quase todas).

A confusão que se instalou na minha cabeça advém ainda do facto de historicamente ser uma imposição masculina, do chefe de família islâmico, dos cabecilhas religiosos, mas que é defendida por muitas mulheres islâmicas, uma grande parte delas extremamente cultas, que defendem o direito à expressão da sua religião.

A juntar à missa, muitos críticos do uso da burqa, inclusivé islâmicos, afirmam que no Corão nada é referido quanto a esta indumentária. Assim, se uns defendem que é uma marca religiosa, outros defendem que é apenas uma marca de subserviência, inadmissível convenhamos.

Não tenho dúvidas de que a burqa é uma castração, tenho sim dúvidas se deveremos combater uma imposição com uma proibição!
Será que é assim que gradualmente a burqa vai desaparecer? Eu gostava de acreditar que sim.
Ou será que estamos simplesmente a contribuir para uma maior segregação destas mulheres. A contribuir para que fiquem em casa, nos seus bairros, nos seus locais de culto, nos seus supermercados, nos seus cafés (será que vão ao café?), nas suas piscinas...

A acontecer assim, estaremos a longo prazo a contribuir para a redução da miscigenação de culturas e a contribuir para que as gerações futuras do islão no ocidente permaneçam numa escuridão que lhes impeça de reflectir e em último caso optar.


3 bailaricos:

nuno disse...

eu acho que numa sociedade laica, os usos de indumentária religiosa devem ser limitados, véu incluido. mas também acho que o 15 de agosto não deveria ser feriado.

sergei disse...

principalmente porque os hiper-mercados estão fechados e um gajo não pode abastecer-se de mantimentos.

nuno disse...

mas isso até é outra questão.
a questão aqui é a subjugação das mulheres à vontade do "ser superior" que é o homem. e o facto de haver mulheres extremamente cultas que defendem o direito a esconder respeitosamente a sua figura não altera esse princípio. é discriminação e o estado tem o direito de proibir as discriminações, tenham elas a justificação divina ou não.

e não foi pelo facto das mulheres na nossa sociedade ocidental terem deixado de andar tapadas que pararam de levar na boca quando o jantar tá frio ou o benfica perde. mas ajudou, e algumas optam por não o fazer.